A segunda vez

Na minha primeira gravidez, eu passava creme. Fazia massagem, hidroginástica, e conversava com a barriga.
Na minha primeira gravidez, eu tirava foto todos os meses: De lado, de frente, levanta a blusa, no mesmo lugar da outra vez, aqui, ali, isso, ficou boa? deixa eu ver?
Na primeira gravidez...
Agora, na segunda, o creme reeeeende que é uma beleza. Eu falo todos os dias que preciso fazer hidro, yoga ou massagem. Acho que vou falar e falar até o bebê nascer. Quem sabe depois sobra um tempo? Ah tá...
Na segunda, se eu conseguir dormir bem está ótimo. Um banho longo, é o paraíso.
Porque na segunda, o resultado da primeira gravidez corre por todos os lados. Fala mamãe e, se você não responder, grita mamãe.
O resultado da primeira gravidez beija a barriga, faz carinho e, de repente, num instante, da um tapa na sua pança, quase que adivinhando que quem vem de lá lhe roubará alguns brinquedos.
É corrida a segunda gravidez. Mas, de repente, quando o neném mexe, num instante, a segunda gravidez traz o milagre e o encantamento da primeira.
Somos sempre um milagre, não? Sempre o fruto maravilhoso da melhor idéia de Deus (e olha que Ele teve muitas boas idéias...).
E assim é a segunda gravidez. Passa num instante, mas, traz aqueles mesmos momentos infinitos da primeira: O coração batendo no ultrassom, um chute repentino que vem do lado de dentro, um carinho de um desconhecido na rua, alguém que pergunta, alguém que deseja boa sorte, a alegria e gentileza da humanidade, estão aí, de novo, na segunda gravidez, e em todas as que ainda virão (ui!)