quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

No túnel

No carro, sempre que entramos em um túnel, brincamos que tem que abaixar a cabeça, pra não bater. Sofia adora, e vive a nos lembrar: Mamãe, o túnel, mamãe... - Ela diz, já pondo as pequeninas mãos na cabeça. Ah, é mesmo, eu respondo, enquanto todos os que estão no carro, se encolhem e falam qualquer bobagem como: "Ai cuidado, olha a cabeça, ui, passou de raspão" etc.
Hoje, eu estava com ela no banco de trás de um taxi e, quando passamos, não foi diferente: Mamãe, o túnel! - É mesmo filha, eu disse, abaixando a cabeça. "Moçooooooo!" - ela gritou para o motorista. "O túnel, rápido, abaixa a cabeça moçoooo!" Ele, o tosco do moço, (fingiu que) não ouviu, mas ela gritou mais alto: "Moçooooo, olhaaaa!" eu, inconformada, emendei: "Ô, motorista, vai bater a cabeça aí em cima, abaixa fazendo o favor??". Ele, hesitando entre o riso e a timidez, encolheu-se no carro, já quase na saída do túnel.
Ali, com aquele estranho que entrara - ainda que obrigado - na fantasia da minha filhota, não pude deixar de pensar como as crianças unem as pessoas pelo riso e pela alegria. É ou não é?

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